terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Vidro do Carro e o Bêbado Mendigo


Cheguei na Facul hoje e fui cuidar de uns problemas com o bilhete escolar. Depois disso, fiquei de bobeira papeando com o Filipe, esperando alguém chegar. Realmente: não tinha aula e não estava afim de encarar o trânsito de volta para casa.


Cansados de tanto esperar, fomos ao D, pois eu queria comer um lanche, fome a mil. Ainda no bosque da Federal, encontramos a Camila, que nos convenceu a voltar, pois a mesma além de um pacote de Donuts - que não comi e nem vi a cor - não sabia se teria aula e nem qual aula. Ok. Fomos, como bons amigos nerds que somos.


E lá os três andando pelo bosque e falando bobeira, entramos no corredor de Informática do IFSP (alias, nota: Facul, Federal e IFSP são o mesmo lugar) Lá, avistamos o Guilherme, nosso mais novo (pelo menos meu, da Camila e dos demais que sempre foram da Noite) companheiro de bagunça e o Douglas, também refugiado da manhã, só que um semestre já adaptado à noite. Hehehe (pareceu um momento Discovery agora ou talvez National geographic.)


Ok, então nos reunimos e descobrimos que a Camila também não tinha aula e fomos ao Shopping D, pois eu realmente precisava comer alguma coisa. Não falei para eles, mas falo agora, ou melhor escrevo: minha glicose tava baixa para caramba e mais uns 40min, certamente ia pro chão, apavorando todo mundo. (Feel the Dramatic moment...)


Após comermos, falarmos muita bobagem, desenhar na bandeja do Mac (desculpe novamente, Guilherme, não deixei você completar o desenho! -- fiz um pirata fortão com uma âncora tatuada... e tudo surgiu de um simples Kanji!) -- fomos para o carro, afinal, levaria meus amigos para o metrô. #smiles


Tudo ok, meninos no banco de trás, Camila na frente comigo. Fomos.

Perdi a entrada para o Tietê, pois tinha avistado uma moto e depois ela sumiu, achei que estivesse me ultrapassando pela direita, no ponto cego do carro. (se você não sabe o que é isso, não se preocupe, quando começar a dirigir, vai descobrir... se usar os retrovisores, claro!) Então, continuando: perdi a entrada, peguei o retorno, atravessei para a Cruzeiro do Sul e no retorno, farol amarelo, vermelho, paramos. OK, faço isso todo dia.


E lá estávamos, quando chega o Bêbado Mendigo. Ele queria que eu abrisse o vidro. E num daqueles momentos mágicos de pane cerebral e apagão, coloquei minha mão no botão do vidro, pois não recordava se estava aberto ou fechado, visto que estava ouvindo perfeitamente o que o Bêbado Mendigo falava. Nisso deduzi que o vidro estava aberto.


Só que fato importante dizer: neste domingo lavei o carro e passei um produto que deixa praticamente o vidro com um índice de refração próximo a zero, ou seja: parece que não tem vidro. Não havia manchas, pelo menos que eu conseguisse vir.


Apavorei. Queria arrancar dali, mas o tráfego naquele trecho não permitia: Pálios e Scanias não foram feitos um para o outro, definitivamente. E o cara lá fora querendo que eu abrisse o vidro e eu lá, querendo que o farol abrisse, que o tempo parasse e congelasse o cara, que surgisse o Rei Leônidas e chutasse para bem longe o sujeito com aquela frase: THIS IS SPARTAAAA!... mas enfim... não aconteceu nada disso... naqueles 10 segundos entre minha pane e eu voltar a pensar (em modo de segurança, mas mesmo assim, pensar!).


Foi rápido: ele acha que o vidro está fechado. Eu não sei se está aberto ou fechado. Vou fingir que está fechado: manha+lábia... e não é que deu certo? Se eu colocasse minha mão no vidro e não tivesse vidro? Eu mesma não tinha certeza. Mas o sujeito acreditava que havia vidro lá. Fingi que havi vidro. O cara acreditou... falou alguma coisa e quando ele afastou, o farol abriu. Saí rápido, mas nem conseguia dirigir, não sei como guiei o carro até o estacionamento do D. (nota: a janela estava semi-aberta, mas a calha do carro escondeu. Vi isso depois.)


Parei o carro, saí e fui tomar um ar. Contando agora, não parece mais tão tenso, só que no momento... nossa, mil coisas pela minha mente. Acho que se eu estivesse sozinha, nem ligaria. Live Hard, Die Hard... só que havia meus amigos lá e quando estão no meu carro, é minha missão que eles entrem bem e saiam bem, sacam? Levo isso a sério, por isso insisto que usem o cinto de segurança, não é apenas para não perder a CNH. Não quero é que se machuquem. Um carro é um lugar perigoso demais, uma arma de toneladas.


Quando saí do carro, tomando aquele ar gelado da noite, pensei que eu tinha uma baita sorte. Sorte por não ter acontecido nada com a gente, com eles. Sorte por conseguir entrar no D e parar o carro numa vaga, com segurança. Sorte por ter pensado corretamente. Não sei se os amuletos do meu carro influenciaram, talvez sim. Tenho 4 lá dentro: um amuleto japonês, que comprei do monge na Liberdade. Ele reza por mim ao sol todas as manhãs. Desde que coloquei isso, o carro não sofreu nenhum assalto ou batida. Pode ser também que seja meu Hannya, demônio japonês que come espíritos maus e por isso o pior não ocorreu. Quem sabe, não foi a pimenta de pelúcia? Ah, sim, por que não? Ou talvez, o São Judas que minha mãe trouxe da igreja, devidamente benzido (bento, santificado, sei lá...) e fica no porta-luvas? Ah, prefiro não atribuir a sorte a nenhum desses artifícios. A sorte simplesmente acontece e por isso é tão fantástica: não tem explicação. Sorte é sorte.


E nesta noite ela esteve comigo, de carona e sempre será bem-vinda.


O importante é que, depois de pensar tudo isso, consegui retomar o comando das pernas (tremia p caramba, tive que cruzar numa posição que devido ao frio quase resultou em caimbra!) e dirigi com todos para o Tietê.


Desta vez nenhuma moto atrapalhou, a Camila e o Guilherme desceram. O Douglas ainda foi comigo mais um pouco, até o Tatuapé. Depois disso, caminho da roça e estaria em casa... ok, mais um assalto no mesmo ponto que vi outro assalto semanas atrás. Vi o motoqueiro chegando, passou pelo meu carro, foi para esquerda de mim.


Bateu com alguma coisa no vidro de outro carro, mas não quebrou. O farol abriu e subi a rua com tudo! Cantei pneu de novo... acaba com o carro isso... mas nem sei que fim levou o outro assalto. Estava cansada. Cheguei em casa. Carro na garagem. Missão cumprida. Tomar banho, beber Yakult e escrever no blog enquanto baixo umas músicas. Isso sim, que é vida para melhorar, só falta um namorado, hahahaha... mas isso com o tempo se arranja... candidatos? ;)


Desde já, grata a todos que leram esta aventura até o fim. Sim, ela realmente aconteceu.

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